quarta-feira, 4 de novembro de 2015

SOBRE SER MALUCA E MENSAGENS SEM RESPOSTAS.


Eu nunca consegui deixar ninguém sem resposta. Um amigo, a família, o desconhecido. Me sinto mal por não dar a última palavra, mesmo quando a vontade é de não dizer nada. Minha boca, meus dedos, minha cabeça não relaxam só de pensar que alguém espera que eu responda. Mania errada para os tempos atuais.
Na época do visualizar e não responder eu tenho que aprender como ignorar, como não ceder a educação de entregar ao outro o que espero que me entreguem. Quanto tolice para uma pessoa só. Viver neste caos de mensagens sem respostas, olhares sem profundidade, mistérios nunca revelados está me transformando na maluca da vez.
Dias atrás ganhei o apelido de "doida" e aceitei, pois nos últimos dias é o que tenho feito de melhor. Fui considerada doida por soltar os meus cachorros nas mensagens sem respostas. Não aguentava mais! Estava forçando um silêncio que doía cada centímetro do meu corpo. Bastou uma gota de coragem para que todas as palavras saíssem como uma cachoeira, e é óbvio que os resultados foram piores do que se tivesse deixado tudo acontecer.
É, sendo quem eu sou está difícil viver neste século. Nasci para respostas claras, visualizações atendidas e respondidas. Como poderei lidar com o silêncio de quem mais quero conversar? Ainda não encontrei o tutorial na internet que diz a respeito, mas posso afirmar que o meu drama não é o único no mundo.
Se é de maluquice que estou fadada a viver, espero estar pronta para todos os silêncios que recebo. Quem sabe um dia encontro um maluco que entende toda essa paranoia de ser transparente ou simplesmente educada.
Sinceridade não custa nada, muito pelo contrário! Ela evita de interpretarmos errado ou de forma ilusória o buraco entre a minha fala e a sua resposta.
- Jana Escremin

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